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“A vida sonhada das boas esposas” de Possidónio Cachapa

 “A vida sonhada das boas esposas” de Possidónio Cachapa encontrava-se nas estantes das novidades da Biblioteca José Saramago, e foi o nome do autor que me chamou logo à atenção. Não fazia ideia que história era, e nem sequer a sinopse li. Lancei-me à leitura às cegas, e acabei por ser surpreendida.

Esta é a história de Madalena, uma senhora que acaba de perder o marido e que agora vive o luto. Nos dias após o funeral, ela decide tomar rédeas e começar a tratar das burocracias. Mas o seu marido não era de todo perfeito. Ao que parece ele era um valente patife e os seus filhos sabiam das suas conquistas. Madalena sente-se magoada mas sente, que dedicou a sua vida a uma família que nunca a respeitou. Está na hora de conquistar e de viver como ela sempre sonhou. Faz as malas e parte para um cruzeiro, juntamente com duas amigas que conhece online. Assim ela toma a decisão de viver como quer, sem ter que se justificar a outros, nomeadamente aos seus filhos.

Sinopse da Companhia das Letras

Quando comecei a ler este livro, o arrependimento foi a sensação imediata que tive. Até chegar à reviravolta, pensei em abandonar a leitura. O livro começa com um funeral e não me sentia à vontade nem confortável para ler. Mas lá continuei a leitura. Quando a protagonista descobre que o marido andava metido com outra e no momento a seguir já estava a fazer as malas para partir, percebi que este livro não era bem aquilo que estava a pensar. “A vida sonhada das boas esposas” de Possidónio Cachapa é a história de vida de uma mulher que viveu uma vida de “sonho” que na realidade não era nada daquilo que aparentava. Como se costuma dizer – As aparências iludem. Quando Madalena manda tudo à favas e decide viver como quer, as aventuras começam. Um livro que começa com um luto mas que termina com boas gargalhadas.

Possidónio Cachapa é um autor que quero conhecer e que pretendo ler mais obras dele. Um autor que sabe escrever com uma boa dose de comédia, sem fugir para a vulgaridade. A prova que há autores portugueses que nos sabem surpreender. Gostei particularmente da sua forma de escrever, a meu ver, semelhante a de Afonso Cruz, com a única diferença de juntar comédia.

Ps:. Esta história fez-me lembrar a história da minha tia, mas ela não fez as malas e partiu à aventura. Ela simplesmente não foi ao funeral…

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