Parar, pensar e escrever.
Já não me recordo da última vez que escrevi um texto refletivo. Parar, pensar e escrever. Era um dos meus exercícios favoritos de escrita. Adorava passar tempo a escrever e ter o cérebro a borbulhar de ideias, mas o tempo passou e a escrita foi ficando para trás.
Passava os dias agarrada a cadernos, a lápis e a canetas. Na primária as composições eram o meu exercício favorito. Adorava inventar histórias. Ideias, sonhos, coisas que me saiam da cabeça que acabavam no caderno da Pocahontas. Comecei a tomar-lhe o gosto e a ter prazer na escrita que criava. Comecei a sonhar em ser escritora.
Depois o tempo foi passando e quando entrei no Secundário, apercebi-me da merda de escolha de curso que tinha feito. Jamais iria conseguir, ou melhor, jamais seria feliz entre Biologia e Física. Acabei por terminar o meu primeiro 10º a passar de ano, mas com a Matemática A encalhada. O pesadelo da Matemática A. Decidi mudar de curso e ingressei Humanidades.
Foi nessa altura que criei o meu primeiro blog – Dor no Pensamento. Comecei por partilhar textos românticos, cartas de amor que ninguém lia. Escrevia sobre tudo um pouco. Ainda devem encontrar por aqui alguns desses textos. Apesar de não ter tido muitos seguidores, ficava feliz por saber que uma ou duas pessoas me seguiam e comentavam.
Quando tive de escolher a faculdade pensei se não for escritora, que tal jornalismo? Pimbas! Escolha feita, candidatura submetida. Não entrei na Pública. Fiquei triste, mas não me deixaram de desistir do sonho e fui para o privada. Passava os meus dias rodeada de assuntos intrigantes a estimular a minha massa cinzenta.
Quando estava desempregada continuava a alimentar o blog e foi nessa altura que comecei a escrever artigos que achava relevantes, ou melhor, com os quais me identificava. Tive a sorte de conhecer a Diana que me convidou a participar num projecto “Peachy”. Fui a ante estreias de filmes, recebi produtos e tinha a liberdade de escrever artigos. Claro que ela me ajudava nas ideias e a complementar os artigos, mas percebi que era aquilo que queria fazer. Mas arranjar um emprego como jornalista foi um fracasso na minha vida. Comecei a acreditar que não seria capaz.
E é por isso que escrevo este texto “Parar, pensar e escrever”, não quero e não posso deixar a minha escrita morrer. Quero voltar a tentar. Quero voltar a ser aquela pessoa criativa que escreve com paixão. Quero deixar de ouvir as vozes destruidoras (principalmente daquelas com quem estou todos os dias), quero acreditar que tenho valor. Eu sei escrever, posso e vou prová-lo.
Não quero desiludir a menina que escrevia as composições e que sonha ver/ler algo seu numa revista. Quero escrever as ideias literárias que trago em mim aos anos. Por isso, venho dizer que este blogue não morreu. Continua aqui. A sua dona só adormeceu um pouco mas estará de volta com conteúdos e com mais garra de Parar, pensar e escrever.
Obrigada aqueles que não me deixam parar de escrever e de sonhar.
5 comentários
Rita C
Vai-te a eles! 🫶🏻
Tim
Obrigada 😀
Mariana Leal
Que bom voltar a ver-te por aqui, Tim 😀 Escrever é como tudo na vida, requer prática 🙂 Sempre que publicares estarei aqui para ler, gosto muito
Tim
Obrigada Mariana 😀
Nelson .D
Ótimo ver a Tim de volta aqui ao blog 🙂
Isso mesmo, parar, pensar e escrever faz-nos bem, faz-nos relembrar daquilo que nos faz felizes, daquilo em que somos bons e do que devemos melhorar.
Nunca pares e vai com força amiga