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Ajudar os outros… bondade ou exploração?

Li o post da Ayna e pensei partilhar a minha opinião.

A vida está difícil para todos. Todos os dias vemos pessoas na rua a pedir.Todos os dias vemos as filas de desempregados na tv. Todos os dias há insolvências. Todos os dias vemos a miséria. Pedir é fácil, o difícil mesmo é satisfazer todos os pedidos.  

Apanho o autocarro no Campo Grande e quando chegam as épocas festivas está o caldo entornado. Dentro do estádio do Sporting está uma banca com jogos que costumam sair em Happy Meals e estão sempre 2 pessoas. O ano passado ajudei mas no momento em que tirei a carteira o rapaz vira-se para mim e diz – Menina o mínimo são 5 euros – com cara de parva fiquei, e disse-lhe –  Tenho só 2 euros, mas garanto-lhe que é a última vez que vos ajudo. Cada pessoa dá o que pode, e não o que vocês querem. O rapaz agradeceu a ajuda mas disse que assim não podia levar o brinde. Queria lá eu saber do brinde depois de um pedido daqueles, então a vontade de ajudar nem se fala. Quando não estão em bancas, estão espalhados por todas as paragens ali do Campo Grande, seja de dia ou de noite.

Há dias estava a levantar dinheiro para comprar o passe fui abordada por uma senhora de nacionalidade de Leste que me disse – Menina levanta-me dinheiro, não comer há muito – Oi oi pensei eu. Do nada, aparece uma senhora de idade que começa aos gritos com ela.  Ajudar uma instituição é uma coisa, agora uma pessoa que nos aborda enquanto estamos no multibanco é outra.

Durante a minha procura de emprego, umas das minhas amigas foi chamada para uma entrevista de emprego. Sabem para o que era? Para pedir em nome de uma associação. Sabem o quanto ela ganhava ? 1 euro… por dia … e era quando vendesse os brindes. Ela não aceitou, como é óbvio.  Agora pensem naquele pessoal que anda a pedir em nome de associações, que por vezes nem existem.

Podemos ajudar, podemos dar o que queremos, mas ajudar quem merece, ajudar quem realmente passa por dificuldades e quem realmente existe e não explora a bondade dos outros.  

7 comentários

  • Clair de Lune

    Que horror…bem essa gente de leste abusa mesmo. eu a essa gente não dou, prefiro ajudar uma associação do que dar dinheiro a essa gente -.- já me aconteceu várias vezes em almada, elas virem ter comigo a pedir dinheiro porque estão grávidas…tipo seriously?

  • Blackbird

    Eu detestava quando ia ao multibanco e me aparecia alguém a pedir dinheiro. Na minha cidade acontecia muito isso, estava sempre uma senhora de atnia cigana, sentada mesmo ao pé da caixa de multibanco e a pedir. O mais irritante nesta história toda é que chegou aos meus ouvidos que a mesma senhora chegava a receber mais de 700 euros em subsidios, por causa do nr de filhos que tinha, enquanto eu naquela altura recebia o ordenado minimo e…

  • agatxigibaba

    Chegámos a um ponto em que se pede por tudo e por nada, o que acaba por descredibilizar as causas que realmente merecem ajuda (ficamos desconfiados, não temos paciência, ignoramos). No meu caso opto por ajudar quem conheço e me é próximo (sejam pessoas ou associações, seja monetariamente ou não) e esperar que todos façam o mesmo (acredito que se todos ajudarmos no nosso círculo sobrará pouca gente a precisar de ajuda).

  • Sara Silva

    Fui ler o post que referiste e li este teu. São situações que dão que pensar porque, por um lado, temos o dever de ajudar quem não tem tantas possibilidades que nós, mas isso não significa que tenhamos de o fazer sempre que nos pedem nem como nos pedem! Respondeste bem quando o rapaz te disse que eram 5€, porque provavelmente nem estavas interessada no brinde, querias era ajudar e estarem com imposições não é nada bonito para pessoas que estão dependentes da caridade dos outros…

    E já para não falar que muitas vezes não sabemos o que está por detrás das pessoas e associações que nos podem dinheiro, uma vez fui abordada por uma associação de ajuda a toxicodependentes que, adivinha só: não existia! É por situações assim que muitas vezes ficamos com menos vontade de ajudar.

    beijinhos *
    blog eighteen and a life

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