Devaneios da Tim,  Pedaços da Tim

A minha viagem a Paris

Quando meto uma coisa na cabeça, é difícil tirar-me essa ideia. A minha viagem a Paris começou assim, como um desafio. O desafio de voltar a ser quem era.

2024 chegou e mentalizei-me que este seria um ano completamente diferente. Teria de superar medos e voltar a fazer loucuras. Quando surgiu a oportunidade de ir a Paris, não pensei duas vezes e disse OUI! Sim, aceitar um desafio é fácil, o pior é concretizar a cena….

Foi em Fevereiro que a ideia de viajar até Paris começou a ser planeada. Para ser honesta, esta brincadeira começou com as fãs do António Antunes… A ideia delas era ver o concerto dele em Paris, a minha ideia era visitar Paris e não assistir ao concerto do dito senhor. Como começou a aventura? Primeiro comprámos os bilhetes do concerto. Depois, os bilhetes de avião. Por último, o hotel. Se esta foi a melhor organização? Nem por isso, mas o entusiasmo estava lá.

Os dias foram passando devagar, mas quando chegou o mês de Março, a minha ansiedade andava nos picos da loucura. Havia dias em que adormecer era uma tarefa mais difícil, outros quase nem respirava. A sorte no meio disto era o trabalho. Organizar um evento no meio desta minha loucura, ajudou a acalmar os nervos. Mas dia 8 chegou…

Dia da Mulher de 2024 ficará sempre na minha memória como o dia em que voei pela primeira vez. O evento correu bem e estava aliviada porque o primeiro passo estava dado, quando quero consigo fazer coisas do caramelo (outra decisão foi dizer menos asneiras). Depois as borboletas começaram a surgir. Agora ou nunca. Cheguei ao aeroporto. Isto vai mesmo acontecer. Repeti várias vezes, se calhar já me ia embora. Isto é muito giro, mas e se tenho um ataque de pânico? Comecei a colocar os SOS debaixo da língua. Voo atrasado. Se calhar… Não vamos. A chuva começa a cair com mais força e o meu coração a bater cada vez mais forte. Check in. Entrar no avião. Sentar à janela (maluca, bem sei) e seja o que Deus quiser. Borboletas às voltas. Gomas ácidas na boca. Água ao meu lado. Phones com músicas do GL. Levantei voo. Escusado será escrever que o meu entusiasmo era tanto que adormeci.

Quando aterrei em Paris e sai do avião… soltei “ESTOU EM PARIS CARAMELO”. Não queria acreditar que tinha chegado e que iria concretizar aquele sonho de menina (piada desnecessária mas com algum contexto para a história).

O resto da minha viagem a Paris foi de rir, chorar e de cantar em cada esquina. Fiz tudo o que tinha planeado. Vi o café da Amélie Poulain. Comi um éclair de café como almoço. Comprei uma boina francesa. Andei no verdadeiro Bateaux Mouches. Ouvi acordeão numa escadaria. Vi o busto da Dalida. Comi macarons. Falei francês e ninguém perguntou se era estrangeira #winwin. Vi o cinema onde o GL gravou “Écris L’histoire”. Aprendi a andar no metro em Paris. Subi as 700 escadas. Apaixonei-me por Montmartre. Dancei “Laisser-moi danser” na mais bela rua de Paris. Subi à Torre Eiffel e chorei.

Pode vos parecer estúpido… mas ter subido as escadas da Torre Eiffel e ter chegado ao topo, sozinha, teve um grande significado para mim. Depois de 2 anos a sofrer, a chorar e pensar que não voltaria a ser a mesma Patrícia, ali percebi – Afinal preciso somente de acreditar em mim. Chorei que nem uma doida, mas as luzes ligaram-se no momento em que agarrei a grade e fui presenteada com uma das mais belas vistas que alguma vi. Chorei de alegria, porque percebi que estava liberta.

Podia continuar a escrever sobre a minha viagem a Paris, acreditem que isto não foi nada, mas o que vos quero dizer é que, depois da tempestade, a vida ergue-se e volta à normalidade. As quedas são necessárias. Aprendemos a cair, mas é o aprender a sacudir a poeira e limpar as lágrimas que nos tornam melhores pessoas.

Não estão sozinhos, mas é sozinhos que percebemos que as nossas batalhas silenciosas, um dia serão um grito de alegria, mesmo que esse grito seja dado em Paris no meio da avenida de Champs Élysées….

6 meses depois e ainda penso, como consegui? Acreditei em mim.

Um comentário

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *