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Ter medo de ser julgada ou sou só parva.

Confesso que nem sempre escrevo sobre o que penso pois me auto-censuro. Apesar de ter ideias sem pés na cabeça, prefiro guarda-las só para mim do que partilhar com quem me rodeia. Na faculdade tive uma professora que me fez a seguinte observação -” A menina não é parva, não é estúpida. É ingênua, mas não é burra. Basta acreditar em si mesma.”
Uma vez trocou-me um trabalho e deu-me um sobre  ” Reflexão sobre a ideia de liberdade, liberdade individual e de poder”, pois sabia que tinha lido os textos mais o livro “Utopia” e o “O Príncipe” .

Deixo-vos um enxerto da minha reflexão

” Mas afinal o que é a liberdade individual? Para o senso comum não passa de uma simples procura de conhecimento de nós próprios, de termos a independência de fazer o que queremos. Afinal quando fazemos algo por obrigação não adquirimos o gosto de saber mais? Ou o senso comum rejeita essa obrigação porque simplesmente não a quer fazer? O homem é livre, isso é certo, mas nem sempre entende esse facto. Está correcto fazer o que queremos, mas também é correcto abrirmos os horizontes do
conhecimento. Liberdade individual não é só lutarmos pelo que queremos, mas sim conseguirmos algo que nos impede de lutar pelo que pretendemos, “é falar de uma ausência de impedimentos”.
A liberdade não deve ter um intuito egoísta, mas sim ter um intuito de
partilha.”

Quando releio os textos que escrevi pergunto-me se sigo as minha ideologias, ou serei apenas um ser que se fica pelo pensamento e deixa a parte prática de lado. Porque raio a minha pessoa não segue a filosofia de liberdade. Fazer o que me apetece e escrever aquilo que quero.

Esta é a minha verdade, não acredito em mim, e nem sempre escrevo sobre o que quero, com medo. Sou uma pessoa que se auto-censura, pois o medo é mais forte. Mas esse sentimento vai terminar… pois pretendo alcançar a minha voz ou pelo menos tentar….

5 comentários

  • marie

    Sobre esse assunto, lembro-me de falarmos muito sobre o conceito de liberdade em filosofia. E toda a gente concorda com aquela máxima "a tua liberdade acaba onde começa a do outro", mas qual é esse limite mesmo? Podes escrever a tua opinião sobre um determinado assunto aqui no blog, mas provavelmente vai haver que alguém não concorda e se vai sentir incomodado, e até levar como um ataque à sua própria liberdade (sim, mesmo quando é o teu blog, o teu espaço, mesmo quando estás dentro do teu "limite" supostamente). Nesse caso, deves coibir-te de te expressares para não "chateares" ninguém? Comecei estas perguntas e nem eu sei muito bem a resposta a elas, ahaha. Mas a minha opinião é que estás certa quando dizes "A liberdade não deve ter um intuito egoísta, mas sim ter um intuito de partilha", por isso não deves censurar-te quando o fazes num acto de partilha. Vai haver sempre quem te compreenda ou não, e quem seja educado a expressar uma opinião contrária à tua. Ou nem por isso. Mas se partilhares algo por "bem", vais ver que não só te sentirás melhor, como vais ter um bom feedback. 🙂

    E já agora, estes livros a que te referes. Não conhecia nem nunca tinha ouvido falar sobre eles (embora me tenham falado vagamento dos livros de Maquiavel). Aconselhas a ler?

  • *Nightwish*

    Este teu post fez-me lembrar uma parte do Silmarillion de Tolkien, que fala da criação dos Homens, aos quais, Ilúvatar deu "estranhos dons". Contrariamente aos outros seres, os filhos dos Homens seriam capazes de moldar o seu próprio destino, e é por lhes ter sido dado o dom da liberdade (ou o livre arbítrio) que vivem um curto espaço de tempo e não estão presos a ele. O seu destino é apenas morrer e deixar o mundo.

    Fazer o que nos apetece nem sempre é fácil, mas acho que devias escrever sobre tudo aquilo que te apetece, sem ter medo de seres julgada. Estes "pequenos cantinhos" existem para podermos expressar-nos sem barreiras e sem censuras. ^^ Se quem te lê não gostar, estão no seu direito, mas tu também estás no teu de dizeres o que te dá na gana =)

    E já agora, ainda que um pouco atrasado: feliz natal ^^ ***

  • P'

    Já me senti assim e no dia em que me consegui libertar dessa auto-censura fui tão mais feliz e senti-me tão mais leve… Tu também vais conseguir e quando isso acontecer não vais querer outra coisa 🙂

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