Os filhos da droga de Christiane F.
“Os Filhos da Droga” – Christiane F. – Christiane Vera Felscherinow nasceu em 1962 na Alemanha.
Com apenas 12 anos fumou o seu primeiro charro e a partir dai foi sempre a experimentar drogas mais pesadas. Começou por Haxixe até ter ficado dependente de Heroína. Tornou-se numa jovem revoltada com a vida.
Os pais de Christiane separaram-se e ambas as irmãs ficaram juntas com a mãe, até ao dia que a sua irmã decide ir morar com o pai. Christiane fica sozinha. Procurou um ponto de abrigo e o local escolhido foi a discoteca Sound, um local que na época estava na moda.
Christiane teve o azar de viver numa época onde a droga era abundante, barata e popular. Naquela altura, os adolescentes não a viam como algo perigoso, mas sim como um meio para atingir um fim. Consumiam para ser populares e porque tinham até alguma inveja dos toxicodependentes. Os toxicodependentes na altura mostravam aquilo que os jovens tanto queriam, a sua independência e o seu desprezo pelas regras.
Ia para a estação de metro do Zoo para se prostituir, mas não ia sozinha. Levava o namorado, muitas vezes fazia ele o trabalho, para que ela não o tivesse de fazer. O desespero sentia-se pela estação do Zoo.
São longas as passagens de lutas diárias de Christiane e dos seus amigos (a idade destes jovens variam entre os 12 e 16 anos), que todos os dias vendiam o corpo para poderem comprar a dose necessária. O local era sempre o mesmo, pois tinham clientes fiéis. Nunca pensavam em doenças ou serem apanhados pela polícia, o pensamento era sempre o mesmo, dar o corpo para matar a sede.
Foi várias vezes detida por pose de droga. Numa das detenções de Christiane, os jornalistas Kai Hermann e Horst Hieck acharam a sua história apelativa e decidiram entrevistá-la. A entrevista durou 2 anos e tornou-se num livro.
Se acham que Christiane aprendeu a lição estão bem enganados, pois com o sucesso do livro, o dinheiro recebido pela editora teve o mesmo destino de sempre. Aos 52 anos voltou a tomar drogas pesada e foi-lhe retirada a custódia do filho. Tem hepatite C e problemas respiratórios irreversíveis.
Nos dias de hoje, Christiane trabalha numa fundação que ajuda pessoas com o mesmo vício. Escreveu o livro “A minha segunda vida” , pois acha necessário mostrar aos jovens a sua luta constante, as suas grandes perdas e como é possível renascer.
Deve ser o livro para adolescentes, mais lido de sempre. Aborda a verdade nua e crua sem esconder qualquer tipo de detalhe.
O livro é tão pormenorizado que houve alturas que parei de ler… As imagens das agulhas entupidas, as colheres ferrugentas… Consegue passar a sensação de nojo. Na minha opinião, o livro é mais eficaz que uma campanha publicitária.
Pontos Positivos: Faz parte do Plano Nacional de Leitura do Ensino Secundário.
6 comentários
FME
A primeira vez que li esse livro tinha 13 anos. O livro era do meu pai e das minhas tias e ainda o tenho na prateleira. Já o li mais duas vezes… De vez em quando lembro-me da Christiane e pesquiso-a no google…
L. das horas
Nunca o li. Mas já ouvi falar tanto… valerá a pena ler aos 30?
Bela
Vale sempre a pena. Li o com 49. ?
Marta Moura
Já o li há muitos anos, mas na altura gostei muito!
Anónimo
Quero muito ler o livro, já ouvi falar imenso dele!
MAG
Já o li há muitos anos, na adolescência 🙂 Acho que foi o ano passado saiu a continuação, em que ela já adulta explica o que lhe aconteceu.