Opinião | O homem que sou de Tony Carreira
O homem que sou de Tony Carreira | O cantor de sonhos decidiu contar a sua história e revelar episódios da sua longa carreira, que conta com mais de 30 anos. Este homem já perdeu a conta de quantas vezes encheu o Pavilhão Atlântico, ele move multidões e mete-as aos gritos, ele vende discos às paletes e este homem é o meu pior pesadelo.
O livro está bem estruturado, começa com a sua infância e das várias referências ao seu avô. Escreve sobre a sua partida para terras francesas e revela a luta diária que por lá passou. Apesar de “encher chouriços”, Tony nunca largou a música. Aprendeu a tocar guitarra, cantava músicas populares portuguesas, mas lá no fundo nunca desistiu do seu sonho.
O início da sua carreira não podia ter sido mais atribulado. Foram muitas as empresas que o recusaram e foram muitos nãos pronunciados. Ele não esconde a angústia desses tempos vividos, até que os recorda com um certo carinho. Há histórias com um certo humor, a do corte da luz da EDP, e também que fará soltar uma lágrima ao leitor, a fã que teve direito a um concerto privado no IPO.
Tony Carreira não esconde o sofrimento que passou, não escreve mais do que o que viveu e escreve por gosto mas porque quer escrever a sua história e como quer ser lembrado.
Como já referi, não sou propriamente fã deste senhor mas não deixo de gostar da sua história. Para quem goste de biografias este pode ser uma escolha certa, se forem fãs deste senhor, então está na hora de rumar a uma livraria e comprar.
Este livro tem uma história. O seu lançamento foi na Feira do Livro de 2018, e a minha mãe queria ir. Acontece que a hora do dito lançamento coincidia com o horário de trabalho da minha mãe. Lá me ofereci para ficar na fila, mas, em troca, ela teria de me oferecer um livro – calhou ser o do João Tordo. Para mal dos meus pecados, no mesmo dia, à mesma hora, calhava a sessão de autógrafos do Afonso Cruz e João Tordo. Ora estava mais que visto que eu iria sair desta fila para ir ter com os meus escritores favoritos. Foram só uns 20 minutos. Toda feliz e contente, volto para a fila do Tony. Acontece que a fila estava fechada. Qual a solução? Começo a chorar ao segurança a dizer que a minha mãe me vai deserdar se não conseguir o dito autógrafo. Tanto chorei que o belo do segurança me deixou passar. A minha mãe acabou por aparecer e ainda tirou uma foto com o cantor. Já eu, estava eufórica com os meus dois novos livros.