Opinião | The Perks of being a Wallflower de Stephen Chbosky
The Perks of being a Wallflower de Stephen Chbosky | Ser adolescente não é fácil, mas para Charlie as coisas são completamente diferentes. O seu melhor amigo cometeu suicídio e Charlie entra em depressão. Ele é um adolescente que não dá nas vistas, introvertido e sensível, Charlie não se identifica com os seus colegas de escola. Vive a sua vida sossegado, observando os outros sem se intrometer. É um invisível aos olhos da sociedade, mas para ele está tudo ok.
A vida deste jovem muda quando conhece o irreverente Patrick e a Sam por quem se apaixona. Charlie começa a viver uma vida normal de adolescente mas ninguém sabe o que vai na sua cabeça.
A narrativa de The Perks of being a Wallflower de Stephen Chbosky fez-me lembrar a obra de Maria Teresa Gonzalez “A lua de Joana”, a história é-nos apresentada através de cartas que Charlie escreve a um amigo. Charlie encontra na escrita o seu refúgio e a sua forma de ser. Ao longo do mesmo, ele vai relatando o seu dia-a-dia. Já percebemos que a sua luta contra a depressão é constante e que lhe é difícil fazer amigos, percebemos isso quando damos conta que Charlie só fala com o seu professor de Inglês.
Apesar das suas frustrações, Charlie conhece duas pessoas pelas quais sente uma empatia imediata. Começa por falar com Patrick e quando conhece Sam, o seu coração dispara. O livro consegue ser uma confusão pegada, sentimos a frustração constante de Charlie e vamos percebendo que a sua situação mental vai piorando.
The Perks of being a Wallflower de Stephen Chbosky são –nos apresentadas várias as temáticas desde o suicído à depressão na adolescência. Desde a primeira carta que percebemos que Charlie não é um jovem comum, e que vive com os seus demónios. O livro fica confuso, mas tem um propósito, pois os pensamentos de Charlie são todos distrucidos. O autor quis mostrar como um jovem com depressão se sente na realidade, e sentimos isso através da sua escrita. Se podia estar melhor? Podia, e é neste caso que posso afirmar que o filme consegue superar a obra. Quem escreveu o roteiro foi o próprio Stephen Chbosky, e talvez tenha sido a melhor maneira, pois pode redimir e reescrever a história e adaptá-la aos tempos de agora.
Logo nos primeiros frames vemos um jovem com ar perdido e logo aí percebemos que Charlie não está bem. O ritmo de imagens sem contexto vão aumentando e blackouts também. Quando conhece Patrick e Sam percebemos que uma certa alegria surge na sua vida e que o sentimento de culpa vai desaparecendo. Ele sabe que há dias bons e maus, que se sente feliz como também se sente triste. Um acontecimento levará a Charlie a mergulhar na amargura de dor e culpa. Ninguém se apercebe que ele precisa de ajuda e quando ele começa a ligar desesperado para todos os seus amigos, esse sim é o sinal que ele está a piorar.
Sim este é o caso em que o filme supera o livro, mas a chamada de atenção está em ambos. Ninguém sabe o mal que vai na cabeça de uma pessoa que sofre de depressão, mas devemos estar sempre em alerta. Se sentem sós ou se precisam de desabafar, procurem ajuda. Não tenham medo mas sobretudo não tenham vergonha. Existem linhas de apoio, como por exemplo a SOS Voz Amiga.