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“Águas Passadas” de João Tordo

“Águas Passadas” de João Tordo começa em Janeiro de 2019 com fortes chuvadas na capital. Pilar Benamor é a primeira agente a chegar à praia de Assentiz, onde fora encontrado o corpo de uma jovem rapariga. Charlie é a primeira vítima, filha de um empresário inglês com algum prestígio em Portugal. Pilar pressente que este não será a única vítima deste crime violento. Passam alguns dias e o corpo de um jovem rapaz surge numa floresta. A 2ª vítima é Adriano, amigo de Charlie, no seu caso a sua reputação não é das melhores. Tudo indica que ambos os crimes foram cometidos pela mesma pessoa e que estará relacionado com crimes do passado. As coincidências são demasiadas, mas as marcas deixadas nas vítimas provam existir uma ligação. A subcomissária não estará sozinha na resolução do crime, ela contará com Cícero um eremita perdido que sabe mais do que revela.  

Pilar mostra-se uma mulher segura e decide tomar as rédeas da investigação mesmo tendo ordens contrárias. A sua coragem e empenho escondem um passado obscuro, à medida que avança nas investigações, mais os seus segredos ficam expostos. 

Sinopse da Penguin Livros 

Pilar Benamor é a personagem principal do 2º Thriller de João Tordo, e tal como já fomos habituados, é uma personagem melancólica com grandes fragilidades. Esconde segredos e apesar de ser uma mulher forte, o bullying no local de trabalho afecta-a mais do que ela pensa e transmite. Um dos pontos fortes deste livro é essa transparência que o escritor nos mostra, as condições em que as mulheres vivem dentro de quatro paredes, onde o sexo masculino prevalece e ameaça através de palavrões e indirectas. Não foi por acaso, que o João Tordo, escolheu uma mulher subcomissária. A sua pesquisa foi bem conseguida, apesar de haver algumas falhas.  

São muitos os que se queixam que este livro nada tem a ver com os nórdicos, mas não nos podemos esquecer que o escritor escolheu Lisboa como local e que a nossa sociedade nada tem a ver com os nórdicos. “Águas Passadas” de João Tordo mostra uma realidade bem portuguesa que a sociedade não consegue ou se faz de despercebida. Aborda o mundo dos vícios, o que me faz pensar que talvez o seu próximo livro aborde mais detalhadamente o que aqui é exposto, e o quanto nos pode prejudicar no nosso dia-a-dia.  

A história prende-nos de início e tem sempre pequenas revelações que no final revelam as suas ligações. Um Thriller que aborda vários temas, mas que teve pouco crime e mais foco na personagem Benamor

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