A depressão um silêncio solitário
A depressão não é uma doença da moda. A depressão não tem rosto. A depressão um silêncio solitário. A depressão esconde-se por detrás de sorrisos e piadas. A depressão um silêncio solitário.
Gostava de vos conseguir transmitir aquilo que realmente sinto. As minhas dores psicológicas são constantes. Há dias em que as lágrimas são o único recurso. As dores de cabeça começam a fazer parte do dia a dia. Há momentos em que pensas que para os teus problemas só resta uma solução.
Pergunto-me constantemente como tive coragem e força para ir a um psiquiatra. Ainda me lembro do Maio passado. Os nervos da consulta e de pensar, para que me vou assujeitar a isto quando o meu problema se pode resolver com o meu suicídio. Caminhei até à clínica, com as lágrimas a caírem-me pelo rosto. Ele olhou para mim e disse, aqui é um lugar seguro. Passou-me uma folha A3 e deu-me uma caneta. A folha estava dividida. Em cima escreveria as coisas boas. Em baixo as coisas menos boas. Tempo? 5 anos. Um exercício que se relevou um desafio ao qual fiz um valente esforço para o completar. O diagnóstico foi-me dado e eu fiquei em silêncio. A depressão é um silêncio solitário. Recomendou-me psicoterapia. Ele disse que se precisasse de alguém com quem falar que lhe podia ligar. Fossem as horas que fossem. As consultas com a psicoterapeuta começaram por ser estranhas, contar a minha vida a alguém com quem não tenho qualquer tipo de afinidade… não é de todo fácil.
Já passou um ano e desde lá que muita coisa mudou. Passei a escutar o meu corpo e os seus sinais de alerta. Passei a dizer não com mais frequência. Mas sobretudo, passei a escutar as minhas necessidades. Tenho a síndrome de Salvadora da Pátria, ajudo todos e eu fico no canto… depois irrito-me porque acabo por fazer o que não quero, porque a necessidade de agradar o outro é maior.
São pequenos passos que estou a dar, mas o que é certo é que são muitos os dias em que penso nas linhas do metro e no que poderia ter acontecido naquele dia de Maio de 2022. Aqui estou, sem saber se irei ou não publicar este texto, se faz sentido sequer. Mas sinto-me bem a escrever, pois alivia-me a dor no peito.
O conselho que vos posso dar é que nunca desistam de vocês, por muito que vos doa. Não tenham vergonha. Uma vez, uma sábia amiga disse-me “és a pessoa mais importante da tua vida”. Mesmo quando baterem no fundo, pensem, vocês são fortes e vão conseguir superar… se for preciso, podem-me mandar mensagem, podemos partilhar pensamentos e desabafos, mas não te esqueças – Não estás sozinho.
7 comentários
Sofia
Minha querida, não há muitas palavras. Não te conheço, apenas do YouTube e daqui do blog, mas quero que saibas que te leio. Um beijinho 😘
Tim
Obrigada 😉 Um beijinho
Inês
Também estou nessa luta.
Muita força ❤️
Tim
Muita Força Inês.
Rita C
Este texto…tão verdade. Infelizmente, sei bem o que isso é.
Espero que fique tudo bem o mais rápido possível. 🤍
Tim
Obrigada Rita pelas tuas palavras. Espero tb que encontres as forças para ultrapassar.
Beijinhos e Boas leituras
Sara
Num recanto sombrio do tempo, onde risos ecoavam como gemidos entrecortados, uma alma mergulhava nos labirintos emocionais da escuridão. Neste mundo torcido, a noção de “tough-love” tornou-se uma faca afiada para sobreviver nas teias de enganos da existência.
Num dia amaldiçoado, a sombra da depressão desencadeou um desentendimento insignificante, provocado pela alma atormentada. Apesar de desculpas sinceras, quase em humilhação, os laços mágicos da amizade desintegraram-se. Em meras semanas, a camaradagem transformou-se num pesadelo sinistro, onde a antiga amiga metamorfoseou-se numa entidade obscura, arrastando outros para um enredo de discórdia.
Sozinha nas trevas da existência, a alma enfrentou tormentos diários, perdida na trama intricada da desesperança. Em casa, a atmosfera tornou-se densa, e até o romance adquiriu contornos de tragédia. Apesar dos apelos desesperados por redenção, as amigas voltaram-lhe as costas. A solidão tornou-se um abismo insuportável, e a depressão, uma presença constante e insaciável.
Nas noites mais tenebrosas, a alma contemplou a iminência do fim, um capítulo de desolação. Contudo, um amigo enigmático interveio, alterando o destino de forma irrevogável. Os pesadelos persistiam e ainda persistem, transformando as amizades outrora queridas na mais aterradora das narrativas.
Nas sombras desesperantes da vida, a paciência, a amabilidade, a sinceridade e o amor poderiam ter sido luzes guias. Um simples diálogo sincero poderia ter desvendado os nós intricados, mas a escuridão do sofrimento obscureceu essas possibilidades. Às vezes, a salvação reside na simplicidade de uma conversa, perdida no tumulto do desespero.