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Retrospectiva de 2020

Não queria escrever a Retrospectiva de 2020, e tinha motivos para tal, mas queria deixá-lo registado aqui no blog. Escolhi as palavras que mais precisava para 2020 – Força e União – palavras que escrevi no meu Bullet Journal, que uma vez mais o meu inconsciente saberia o seu porquê.

Janeiro | Fevereiro | Março

Estava no Terreiro do Paço quando se deram as 12 badaladas, entre família e amigos. Mas o dia 1 de Janeiro tinha mais surpresas, pois comecei o ano da melhor maneira, parti um dente do siso. Escrevi os objectivos de 2020 e com alguma vontade comecei a treinar para a corrida “Sempre Mulher”.

Fui ao espectáculo do Bruno Nogueira (disponível aqui) e ainda passei pela Exposição do Harry Potter. Antes de o confinamento chegar, ainda conseguimos jantar e dar um show ao som de Bohemian Rhapsody em plena Avenida 5 de Outubro.

De repente, o vírus chega e somos obrigados a ficar em casa. O  meu trabalho ficou em stand by, ou melhor, em lay off. As idas ao ginásio viraram aulas online. Ir às compras era um desafio à paciência. Comecei a perceber que o vírus iria mudar muita coisa…

Abril | Maio | Junho

Abril foi o mês mais negro na minha vida. 09 de Abril, estava em casa em lay off e o telefone de casa toca. Atendo. Sentei-me e ouvi as palavras que a Dra tinha para me dizer. Por momentos tive esperança, mas com algum cuidado a Dra pronuncia as palavras que ninguém quer ouvir – Lamento muito, mas o seu pai faleceu.

Em pleno confinamento e bloqueio nacional, deram-me 24 horas para organizar o funeral, sem missa e com 5 pessoas presentes. O nosso último adeus foi assim. O meu pai estava internado desde Fevereiro no hospital e as visitas foram suspensas em Março. É-me impossível escrever sobre 2020 sem começar a chorar.

Alguém uma vez me disse – vais perceber quem são os teus verdadeiros amigos quando perderes alguém – e é a mais pura das verdades. Tenho as melhores amigas que jamais pensaria um dia ter. Elas foram o meu apoio e sempre, mas sempre estiveram comigo. Não se passou um dia em que não recebesse mensagens do tipo – Comeste? Como estás? Conseguiste dormir? Queres que te ligue? Precisas de alguma coisa?

Mas Abril tinha mais surpresas para mim. Quando pensava ter o emprego seguro e que não teria de me preocupar com mais nada, sou despedida. Se já estava mal com a vida, agora estava bem fodida. – Uma Retrospectiva de 2020 do caraças…

Maio e Junho seriam os meses que me levaram à loucura e desespero. Chorei, gritei e fechei-me. Perdi as forças. A felicidade dos outros incomodava-me. Não conseguia perceber como as pessoas desesperavam por coisas meramente supérfluas. Surge então uma oportunidade de emprego e esta foi a minha salvação.

Julho | Agosto | Setembro

O novo emprego serviu para ocupar a minha cabeça. Aos poucos ia recuperando. A dor estava e estará sempre presente mas eu tinha que me erguer. Foi quando o D. Musho chegou cá a casa e veio dar animo à nossa vida. Já tínhamos vontade de adoptar um animal e graças à Raquel, conseguimos concretizar o nosso sonho. É um gato tão meigo, tão fofo que quase teve o nome Freddie. O Puto agarrou-se aos estudos e tirou um 19 a História no exame nacional, mas não foi o suficiente para entrar em Direito na pública (Como crl?).

Fartos de ter um ano de merda e em plena pandemia, decidimos partir de fim-de-semana ao Porto. Precisávamos de viver um pouco. A nossa pequena viagem veio dar-nos força e ajudou-nos enquanto família.  

Em Setembro a TF1 anunciava o filme biográfico do Gregory Lemarchal e um novo álbum com o pessoal do Star Academy 4. Escusado será dizer que virei uma teenager.  

Outubro | Novembro | Dezembro

O  meu aniversário estava a chegar e pensei seriamente se o iria festejar, acabei por não o fazer. Não é todos os dias que se faz 30 anos. O meu irmão também decidiu fazer o mesmo, mas no caso dele, eram os 18 anos. Fizemos a festa em casa, nós os 3 e chegou.

É possível que esta Retrospectiva de 2020 esteja uma confusão pegada tal como foi o meu 2020. Há momentos em que paro e pergunto-me como aguentei e como é que me aguento. Para vos ser sincera, não sei. Há dias que as saudades vencem e as lágrimas escorrem. Há dias que acabamos por ouvir as músicas que nos acompanhavam nas viagens e sorrimos.

A dor está cá mas temos de aprender a viver com ela. Agora que se foda 2020.

6 comentários

  • Carolina Pimentel

    Poucas foram as vezes que li por aqui, mas entristece-me saber que passaste por essa dor imensa, este ano. E sim, foi um ano do caraças, mas vendo a retrospectiva do teu, vejo que foi sortuda. Perder alguém é doloroso. Não sei como conseguiste ultrapassar isso (da melhor forma, visto que nunca se esquece e a dor estará sempre lá), mas admiro-te por isso. Deste a volta por cima!
    2021 será um melhor ano! E tens tanto para dar! Que seja um ano cheio de coisas boas, muitas gargalhadas e sucesso. Um beijinho enorme!

    • Tim

      Obrigada Carolina, no geral, todos tivemos um ano difícil, mas de maneiras diferentes.
      A dor está cá sempre, e temos todos os nossos altos e baixos. Nem eu sei como aguento, mas cá ando.
      Obrigada pelas tuas palavras 🙂
      Beijinhos e um bom ano, que seja um ano cheio de amor e positivismo 😉

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